quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011 -BALANÇO SEM BALANÇAR


Estamos a terminar mais um ano, mas este, foi um ano especial.
Não sou especialista em Ciência politica e muito menos em Economia. Sou uma cidadã interessada, curiosa e consciente do papel que devo desempenhar na sociedade.
O ano que agora termina, foi talvez o mais conturbado dos últimos tempos.
Em 12 meses passámos da mais perfeita alucinação, à mais dura e brutal realidade.
No inicio do ano, o então 1º Ministro, José Sócrates, julgando ser Rei em terra de cegos, injectava ao povo português massivas doses de mentiras que, de tanto serem repetidas, até o próprio acreditava serem verdades. Tudo seria cómico se não fosse trágico e se, volvidos seis meses, este País estivesse de mão estendida para a Europa. A Ilusão virou a um enorme Pesadelo.
Obviamente que a responsabilidade e culpa não é imputável apenas um governante e muito menos a um só Partido. Temos que efectivamente fazer um “mia culpa” e assumir que, durante longos anos, pactuámos com a mediocridade, compadrios e especialmente, com políticos que nada sabem de Politica e apenas a usaram para se fazerem à vidinha. Houve e há excepções: homens e mulheres que têm vontade e coragem para olhar a Politica como uma nobre Arte e sentido de Dever Público, mas estão esmagados por um comboio desgovernado.
Assim, estivemos meio ano, qual Alegoria da Caverna de Platão, olhando as sombras na gruta, julgando que era a realidade. Os restantes meses, foram vividos à luz do dia, completamente embriagados pela dureza do que víamos.
Nada mudou: a realidade estava lá, nós é que preferimos acreditar que havia um País das Maravilhas e que éramos a Alice. O povo acordou e indignado gritou! Pecou por o ter feito tardiamente, já que não foram os últimos seis meses que nos puseram na miséria, mas sim , um longo período de governação desgovernada.
Agora, chegou a hora de nos fazermos à vida…à vida de 2012.Uma vida de contenção, de ponderação e muito, mas muito esforço para conseguirmos manter a cabeça acima da linha de água.
Iremos sobreviver? Sim certamente! Conseguiremos ultrapassar esta crise, tal como já ultrapassámos outras, só que desta vez o levantar será muito mais penoso porque barco remendado, é muito mais difícil de navegar.
Mas 2011 não foram só desencantos e tormentas.
 Ressalvo aqui, a enorme honra que este povo teve em ver o seu Fado distinguido como Património da Humanidade. Aquilo que também nos define como Nação, como Povo, é hoje comungado por todos os Homens de boa vontade.

E nada percebo de Politica.
E nada percebo de Economia.
Talvez perceba apenas da Alma Lusitana que entre intempéries, desbravou Mundos e, certamente, entre tempestades, conquistará um FUTURO MELHOR.
Um bom ano !

segunda-feira, 6 de junho de 2011

IN - ESPERANÇA

Voam
              livres
                         as palavras
                                              que constroem
                                                            a minha Esperança
"Cara de Amendoá" by Francisco Ramalho

terça-feira, 24 de maio de 2011

IN - MUDANÇA


"Nada é permanente, salvo a mudança"- Heraclito - Foto EME



Procurei na História referências!
Queria encontrar homens e mulheres que tivessem marcado a história da Humanidade pela sua entrega, convicção e sentido de dever em prol de causas que fossem maiores que a sua própria existência.
A História tem de facto, no passado, visionários que mudaram, não só, o próprio conhecimento, como a forma de olhar o mundo.
Galileu, Leonard Da Vinci, Einstein, alguns dos homens que nos deixaram uma herança que, nos dias de hoje, ainda definem a nossa forma de interpretar a realidade e de “fazermos” Ciência.
Na defesa de ideais, valores e direitos inalienáveis, Mahatma Gandhi, quebrou todos os paradigmas. Rompeu com anos de um poder colonial, dominante, utilizando a força das palavras e de acções impregnadas de idealismo e de um profundo altruísmo. Gandhi acreditou que era possível a Mudança, mas começando pelos próprios homens. Mudar as leis, mudar as instituições, mudar as regras de nada não serviria, se não houvesse uma mudança interior, em cada Homem. Idealista? Sim muito! Mas profundamente certo!
Hoje, a crise que avassala o mundo moderno, é muito mais que o reflexo de fórmulas de sistemas políticos divergentes. É fundamentalmente, reflexo de um mundo sem valores, sem tolerância, perdido no supérfluo, no culto da individualidade e principalmente, naquilo que é visível aos olhos. Neste mundo sem referências, impregnadas de estereotípicos, criou-se a ideia que os valores são ferramentas obsoletas que impedem o rápido sucesso. Tudo é efémero, tudo é descartável.
Podemos mudar de leis, podemos até mudar de sistemas económicos e políticos, mas permanecerá o paradigma se a mudança não tiver um movimento dialéctico, de dentro para fora, metaforizando, se mudarmos a casa e não os alicerces, tudo continuará sem mutação, inerte e o edifício que nos sustenta, ruirá.
O que nos falta?
Falta-nos a coragem da Mudança, a vontade de sermos Visionários.
Falta-nos a Crença, o Ideal!
Falta-nos um Gandhi!
E, acreditem ou não, ele existe…
Em Mim,
 Em Ti,
Em todos Nós!
( Porque a crença existe...acredito em TI)
EmE

sábado, 14 de maio de 2011

FILOSOFANDO -"QUEM TEM MEDO COMPRA UM CÃO"



(...) A Razão governa o mundo e, consequentemente, governa e governou a história universal. Em relação a essa razão universal e substancial, todo o resto é subordinado e serve-lhe de instrumento e de meio. Ademais, essa Razão é imanente na realidade histórica, realiza-se nela e por ela. É a união do Universal existente em si e por si e do individual e do subjecitvo que constitui a única verdade.·
Georg Hegel, in 'Propedêutica Filosófica', 'Enciclopédia das Ciências Filosóficas' e 'Curso de 1830'

Uma das características do ser humano é a sua capacidade de se reinventar em momentos difíceis.
Ao longo da história, assistimos a essa capacidade de empreendedorismo, em que na mais profunda crise de valores, surgiram as mais extraordinárias soluções. Nada de novo! É nas maiores dificuldades que encontram as melhores soluções.
Ora, todos nós sabemos e sentimos na pele a enorme crise que se abateu sobre o nosso País.
Resultado de um longo processo, onde erros estratégicos do passado condicionaram de forma determinante o presente e o futuro. A culpa aqui não morre sozinha. Está perfeitamente acompanhada por todos.
Olhando para a classe política que, em primeira instância, é a maior culpada, quer a Direita, quer a Esquerda, têm perdido ao longo dos anos a sua fertilidade, estando actualmente totalmente estéril nas ideias, nos projectos e nas acções.
Olhando para a sociedade civil, tem enormes responsabilidades neste estado ignóbil em que nos encontramos, por ter sido pouco exigente perante os políticos, os legisladores e pior, ter delegado a terceiros, aquilo que é a sua função: responsabilizar e penalizar. É por isso mesmo que vivemos em Democracia: neste regime, os cidadãos têm não só a possibilidade de expressar livremente o seu pensamento, como podem, e devem, fiscalizar e controlar a quem, por voto livre, lhe conferiu a procuração de gerir o seu destino. Ora, isto não tem acontecido. Lamentamos a má sorte, criticamos tudo e todos, mas na hora da verdade, encolhemos os ombros e escolhemos o caminho mais fácil.
Seguindo a lógica que é nos piores e mais difíceis momentos que o Homem rasga o horizonte e se supera, infelizmente esta mesma lógica, está longe de se verificar neste momento da história deste País. Senão vejamos:
Em plena campanha eleitoral e face ao enquadramento económico do nosso País, largamente divulgado, sabemos todos que estamos condicionados por um Acordo/Imposição da Troika. Diria mais, as regras estão definidas, impostas e se quisermos sobreviver só temos mesmo que cumprir com a nossa parte. E o que ouvimos da parte dos partidos? Nada, rigorosamente nada! Mais do mesmo, discursos pré-formatados, seguindo uma lógica de agenda politica. Se analisarmos em detalhe, vemos uma Esquerda com um discurso estagnado no tempo, repetitivo. Até a esperança de uma Esquerda renovada com o aparecimento do Bloco, esfumou-se. O PCP, embora cativo a uma ideologia já desenquadrada face à realidade do mundo de hoje, mantém a sua lealdade a um discurso inalterável. Aqui, pelo menos, estamos perante uma enorme coerência, diga-se em abono da verdade, mas. virado a uma força politica centrada numa personalidade quea !M por umtoral, fiscalizar ..Nada de novo…o mundo mudou, eles não! O PS, subjugado à vontade do líder, está virado a uma força política cuja ideologia é uninominal. Se há vozes discordantes, essas foram submetidas a um assustador silêncio. Aqui, a novidade é apenas e somente a nova forma de fazer política: a mentira tem a validade, a incompetência é reconhecida e o mais ultrajante, parte-se do pressuposto que o povo foi submetido à mais profundamente estupidificação. O insulto à inteligência é diariamente feito…basta ouvir as barbaridades e a conduta do Primeiro-ministro, reconduzido ao cargo de Secretário-geral do PS com uma redundante vitória. Prosseguindo…nada de novo. A Direita…bom… a Direita está bem torta. O PSD anda totalmente perdido. São erros atrás de erros. Deslumbrado pela possibilidade única de voltar ao poder, perdeu-se. Aqui permito-me a dizer…cada cavadela sua minhoca e os pés estão todos furados com os tiros dados. A irresponsabilidade do PSD e do seu líder é tão gritante que parece uma criança a quem se deu um brinquedo demasiado desejado e por isso mesmo, nem consegue brincar. É tão grave levar uma empresa á falência, como ter as condições para a salvar e nada fazer. Decepcionante…profundamente decepcionante. Quanto ao CDS, alguém dentro do partido se lembrou do provérbio”Em terra de cego, quem tem olho é rei”. O Líder do CDS captou rapidamente a conjuntura actual e tem pautado a sua intervenção por uma postura responsável colocando a tónica do seu discurso nos problemas sociais que afectam os mais carenciados. Mas não sejamos inocentes…o CDS nada tem a perder…tudo o que vier é ganho. Sabe que no enquadramento actual, é quase certo que será chamado a fazer uma coligação e que, de alguma forma, o CDS irá entrar na jogada. Será histórico o resultado do CDS nestas eleições; por ser diferente, inovador? Não! Simplesmente porque os adversários são maus muito maus.
Perante tudo isto, seria legitimo pensar que a sociedade civil, cansada de ser manipulada, enganada, insultada, faria o seu papel…infelizmente o passado recente provou que o Poder é embriagante e qualquer homem tem o seu preço. Aqui, a decepção foi enorme e a ilusão que algo de novo estava a acontecer, foi apenas e somente isso…uma enorme ilusão.

E, assim, estamos no presente: um País em recessão, com um plano escrito a letras bem vermelhas pela Troika, a obrigar-nos a fazer algo que esta Democracia já madura, deveria saber fazer e bem. Em paralelo, uma classe política gasta, sem soluções, que nos dão diariamente mais do mesmo…a Empresa vai à falência, sabe-se bem as linhas estratégicas para a salvar, mas ninguém quer saber, porque isso obrigava a deixar de olhar para o chão, onde estão as suas próprias sombras e olhar o horizonte onde está o futuro.
Talvez quando nos parecer que já não há saída nenhuma, surja um Platão que nos dirá:
“Vocês que julgam ver a realidade, estão iludidos. O que vêm são apenas sombras da realidade. Para a verem têm que quebras as correntes dessa ilusão. O processo é difícil, doloroso, mas quem o fizer será profundamente recompensado porque verá a Luz”.
É necessário ousar…
É necessário quebrar o paradigma: Questionar o nosso sistema político, a nossa Constituição, as leis que nos regem e, reformular ou mesmo mudar radicalmente.
É necessário repensar tudo de novo porque o que hoje nos parece um absoluto disparate, amanhã poderá ser a verdade. A História está aí para o provar… durante milhares de anos a verdade era: a terra é plana, estática, centro do todo o universo. Até que um dia, um louco afirmou…”E, apesar de tudo, ela move-se!”
E afinal, do que temos medo? Da mudança, do desconhecido? Não, julgo que deveremos ter medo de repetirmos os erros do passado, mais FMI’S, mais Troikas, mais governações irresponsáveis, politica, fórmulas gastas e usadas. E, parafraseando alguém que é um gestor de sucesso, um verdadeiro líder e com o qual aprendi imenso:
“Se tem medo, compre um cão; se mesmo assim, continuar com medo, compre outro. E se apesar de tudo, ainda continuar com medo…olhe, não sei o que lhe faça!”
Pois é…não sei mesmo o que faça!
EME

domingo, 10 de abril de 2011

IN - IDADE DE TREVAS NA ÉTICA


"Criança geopolítica assistindo ao nascimento do novo homem" by Salvador Dali(1943)


 “Vivemos no mundo do irreal onde tudo o que vemos é somente uma sombra imperfeita de uma realidade mais perfeita” Platão


A lucidez de Platão, contrasta com o entorpecimento com que hoje vivemos.
Vivemos de aparências, de enganos, de muitos “faz de conta” e, principalmente, de mentiras.
A realidade de hoje é um compósito de nadas que se julgam  tudo e a escuridão com que a sociedade actual mergulhou é o culminar de um jogo sem regras!
Se analisarmos a profunda crise económica que o mundo moderno ocidental mergulhou, parece-me óbvio que sua génese está, exactamente, nessa filosofia egocêntrica, assente em interesses puramente individualistas com o único objectivo de alcançar sucesso rápido, fácil e a qualquer custo.
É profundamente perturbador ver com que facilidade se venderam sonhos e é ainda mais perturbador ver como foram, levianamente, comprados…vã inocência de um mundo de sombras.
Estamos na Idade de Trevas na Ética! É urgente assumir essa realidade! Trata-se de uma questão de sobrevivência da Humanidade, assumir as responsabilidades e a consciência que todos, sem excepção, estamos manchados pela culpa. Só nesse momento, as correntes que nos aprisionam ao mundo das sombras se quebrarão e, num processo de adaptação doloroso à verdadeira realidade, poderemos por fim, emergir para o Mundo das Luzes!
EmE

sábado, 9 de abril de 2011

MANIFESTO DA MINHA LOUCURA

THE CRY by Munch


MANIFESTO DE REVOLTA

Correm lentos os dias, os anos para quem tem no horizonte o abismo.
Quero a REVOLTA como espada do meu viver para me indignar contra:
- O desespero de pais que perdem o tecto para abrigar os filhos;
- O desespero de olhos que contemplam pratos vazios;
- As mãos vazias calejadas pelo trabalho que agora não existe;
- As crianças que perderam o direito de sonhar;
- O esquecimento dos que, no rosto, têm desenhado o mapa da vida;
- A indiferença perante o sofrimento alheio
- O conformismo instalado

Quero gritar bem alto que enquanto respirar, ACREDITAREI QUE É POSSÍVEL UM AMANHÃ e, se por isso me considerarem louca, então:
QUERO SER LOUCA TODOS OS DIAS DO RESTO DA MINHA VIDA!
EmE

sexta-feira, 8 de abril de 2011

PREFÁCIO "PENSAMENTO EM CONSTRUÇÃO"




"Construções" By EmE
 


Ser é muito mais que existir.
Pensar é muito mais que reflectir!
A dimensão humana inscreve-se em inúmeras vertentes conectadas entre si , nas quais se reflecte o PENSAMENTO!
O acto de pensar distingue-nos dos demais espécies se o mesmo nos possibilitar a reformulação da realidade que nos rodeia.
O PENSAMENTO per si é um acto isolado, solitário. É na transcrição do PENSAMENTO na ACÇÃO que a essência do Homem se confere. Já Aristóteles definia o Homem como  "ser social" e neste sentido, pensar é interagir, é cumprir o destino que nos está traçado: vivermos em sociedade.
Deve por isso o PENSAMENTO estar ao serviço do Homem Ético, Moral e Social!
Reflectir sobre questões fundamentais como Vontade; Liberdade; Justiça; Equidade; Responsabilidade, etc., é colocar o PENSAMENTO no seu expressar mais concreto, mais real.
A minha acção deve espelhar um PENSAMENTO lúcido, construtor, fundamentado, dialéctico.
Por tudo isto, sejam bem-vindos a um espaço onde o PENSAMENTO estará em permanente construção, tomará variados significados e significantes, onde a Liberdade responsável será a sua forma mais concreta e definida!
EME